terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Acerca das Siglas nas Moedas Brasileiras
Existem diversas moedas brasileiras que aparecem siglas. Esse tópico serve para ilustrar aos nossos colegas a distinção delas. Siglas são letras ou monogramas inseridas nos cunhos das moedas, como um tipo de assinatura, que identificam os abridores de cunho. Nas moedas brasileiras, apesar de não ser uma prática comum, encontramos algumas situações onde essas assinaturas aparecem e até incorporam curiosidades que as tornam variantes dos modelos oficiais. Algumas moedas têm até um profissional para cada face, como algumas da série "vicentinas".
Tomamos conhecimento de siglas em moedas a partir de 1822 para, a partir de 1946, ter sido abolida de vez essa prática. Como abridores de cunho que deixaram suas marcas para a posterioridade, destacamos:
Zeferino Ferrez (1797-1851)
Sua assinatura Z. FERREZ aparece na mais importante moeda da numismática brasileira: a peça da coroação, de 1822. Era pai do fotógrafo Marc Ferrez, que retratou a vida cotidiana do Rio de Janeiro nos idos do século XIX.
Conforme descrição de Hans Kochmann (SNB): "(...) a inscrição Z. FERREZ (Zeferino Ferrez, 1797-1851, gravador e abridor de cunhos da Casa da Moeda do Rio de Janeiro) em baixo relevo, é aposta na parte ovalada do corte do busto imperial (...)".
Carlos Custódio de Azevedo
A sigla AZEVEDO F. (AZEVEDO fecit(1)) aparece nas moedas de 4$000 e 6$400, 1832, sob o busto de D. Pedro II, ainda menino.
Christian Lüster (1822-1871)
O dinamarquês Christian Lüster, desde 1861 produziu diversos ensaios e provas para Casa da Moeda para, em 1867, começarem a circular moedas com sua marca. Lüster adotava dois tipos de assinaturas: C.L. ou LÜSTER F. (Luster fecit - em latim, "feito por Luster"). Sua sigla pode ser encontrada em moedas de prata e bronze até 1875.
Ernesto de Souza Reis Carvalho
As iniciais E.S.R.C. são encontradas nas moedas de bronze de 1873 a 1880.
Francisco José Pinto Carneiro
As iniciais F.C. aparecem discretamente nas moedas de 500 e 1000 réis de prata de 1889. Aparecem, também, nas de 10000 e 20000 réis de ouro a partir de 1889 até 1922, tendo sido responsável pelas primeiras emissões do período republicano.
Paulim Tasset (1839-1919)
Na produção estrondosa das moedas de 1901 (as primeiras e únicas onde a era é expressa em algarismos romanos - MCMI), todas cunhadas fora do Brasil (Alemanha, Inglaterra, Áustria, França e Bélgica), entre as estrelas aparece uma discretíssima sigla PT, quase imperceptível, sigla do francês Paulim Tasset - série de 100, 200 e 400 réis.
João da Cruz Vargas
Um J sobreposto a um V, parecendo um Y deitado. Esse é o monograma que representa a assinatura de João Vargas. Em 1914, elaborou um ensaio para uma moeda de 2000 réis que acabou sendo utilizada nas moedas de 500 e 1000 réis de 1924 a 1931.
Calmon Barreto (1909-1994)
A série comemorativa do quarto centenário da colonização do Brasil (1932), conhecidas como Vicentinas, leva a assinatura de Calmon Barreto nas moedas de 200 e 500 réis: um monograma CB com a letra C envolvendo a letra B. Variando ou simplesmente CB nas moedas posteriores (1935 a 1938).
Walter Rodrigues Toledo
Inicialmente, em 1932, era um monograma com as letra WT sendo o T formado pela perna da direita do W mostrado na série "vicentinas" nas moedas de 100 e 400 réis. Depois, variando ou apenas as iniciais WT (1935 a 1938) para, posteriormente (1942 a 1945), o T ir parar no meio do W.
Leopoldo Alves de Campos
Seu monograma já aparecia na série "vicentinas", de 1932, nos valores 100, 1000 e 2000 réis para aparecer novamente na série "brasileiros ilustres", período de 1936 a 1938, nos valores 200, 300 e 2000 réis.
Arlindo Bastos
Monograma formado com as letras BA. Aparecem nas moedas de 200 e 2000 réis da série "vicentinas" (1932). Curiosamente o layout do reverso de 2000 réis da série vicentina coube a ele e o anverso ao Leopoldo Alves.
Basílio Nunes
De alguma forma é um monograma com as letras B e N. Basílio Nunes assina o reverso da moeda de 400 réis da série "vicentinas", 1932.
Hermínio José Pereira
No reverso da moeda de 1000 réis da série "vicentinas" consta a assinatura de Hermínio Pereira.
Orlando Moutinho Maia
O "O" sobreposto a um "M" forma o monograma utilizado por Orlando Maia identificar suas obras. Já em 1939 (brasileiros ilustres) percebe-se a gravação da sigla OM nas moedas de 2000 réis estendendo até os anos 1945 com o cruzeiro em andamento.
Benedito Ribeiro
No início do padrão cruzeiro, de 1942 a 1944 com a sigla BR.
Agradeço ao amigo Eduardo Rezende pela cessão do tópico e pesquisa enriquecedora.
Fonte: http://www.moedasdobrasil.com.br/siglas1.asp
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